O som do Espírito Santo

O que aconteceu no dia da descida do Espírito Santo é impressionante. O Espírito avisou de sua presença enchendo o ambiente com um som, como de um vento impetuoso. Não houve vento, como afirmam alguns pregadores. Ouve um som muito forte. O vento vaza pelo ambiente! O som fica retinindo! E som do Espírito ficou ecoando na cidade de Jerusalém.

Texto:

“… de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados” (At 2.2).

1. A descida do Espírito Santo trouxe um novo som sobre a terra. A palavra aqui é “eco”. “Quando, pois, se fez ouvir aquela voz” (2.6). O som se fez ouvir. “Há sobre a terra um som, uma voz nova a soar”.

2. É a canção do Espírito que se fez ouvir em toda a cidade de Jerusalém: “Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?” (At 2.11). Que são as grandezas de Deus senão a exaltação da magnificência e da excelência da criação?

3. Antes esse novo som era restrito aos profetas da era de Samuel e Elias e aos cantores do templo. Hoje é acessível a toda igreja. Vejamos.

a) A primeira vez que se ouve falar das “grandezas de Deus” nas Escrituras é através das escolas dos profetas dos dias de Samuel. Veja 1 Sm 10.5-6.

(1) Profetizar no AT tem o sentido de enaltecer a Deus; engrandecer seu nome; falar coisas boas sobre ele; anunciar os seus feitos.

(2) Saul teve uma segunda experiência com Deus neste sentido (1 Sm 19.20-24). O que esteve Saul fazendo todo um dia e uma noite? Falando das grandezas de Deus!

Em 2 Reis 2.1-18 trezentos e cinquenta anos depois se ouve notícias das escolas de profetas.

4. A origem do louvor nas reuniões do povo de Deus (1 Cr 15.16 e 16.7).

a) A partir dessa época Jerusalém ouvia dia e noite o som da música de Deus.

Os cantores que se revezavam dia e noite diante da tenda da arca da aliança e mais tarde diante da arca no templo enalteciam a Deus. Mas, o som ainda não era perfeito, porque faltava a nota da redenção humana: “Do meu coração vibram as cordas, afinadas para o Mestre louvar; o pecado este som não outorga, só o Gólgota as pode afinar… Também fomos pra o mundo afinados, mas não era afinado o som…”.

5. O que é profetizar a Deus.

No AT Joel profetizou que o profetizar não ficaria restrito aos profetas, mas a todas as pessoas de todas as carnes! (Joe1 2.28).

a) Tornar os feitos de Deus conhecidos, e narrar as suas maravilhas (1 Cr 16.8-10). O que se vê nos Salmos 18 ou em 2 Samuel 22.

b) É profetizar a Deus (1 Cr 25). Profetizar aqui é abençoar a Deus; elogiá-lo. Conferindo-lhe honra. O resultado está em 2 Crônicas 5.6-14.

6. Parece que no Novo Testamento o mesmo tipo de “louvor profético” aconteceu na vida daqueles que foram cheios do Espírito Santo. Aconteceu em Pentecostes, na casa de Cornélio e em Éfeso (At 2.11; 10.46; 19.6). O profetizar desses 3 textos é o falar das grandezas de Deus.

a) É Jesus cantando no meio da igreja: “A meus irmãos declararei o teu nome, cantar-te-ei louvores no meio da congregação” (Hb 2.10,11 cf. Salmo 22.22-25 e Jó 38.7). Jesus consegue entoar os cânticos que cantamos em nossos cultos?

7. O novo som encheu Samaria de alegria (At 8.8).

8. É o som do Espírito Santo levado à Etiópia nos lábios do novo homem, um eunuco da rainha Candace que depois de batizado tornando-se uma nova criatura em Cristo, “foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo” (At 8.39).

9. Foi o novo som, o echo do Espírito ouvido por ocasião da descida do Espírito Santo na casa de Cornélio (At 10.46).

10. É o novo som ecoando em meio às tribulações (At 16.25 cp. 1 Pe 1.6-8).

11. Era a reunião eletrizante dos irmãos da igreja, a quem Paulo se dirigiu nestes termos: “O que fazer, pois, irmãos?” (1 Co 14.26).

Alguns dos nossos poetas na ânsia de dizer o que sentem, sem encontrar palavras, romperam em cânticos como, “Ah se eu tivesse mil vozes, para o Brasil encher, Com os louvores de Cristo, que singular prazer!  Sua bondade infinita, Seu divinal amor; Deslumbram-me sobremaneira, e infundem-me vivo ardor” (386 C. C.).

12. Quem sabe Paulo estaria se referindo ao cântico que irrompe na alma e se extravasa em manifestações do corpo (1 Co 6.19,20).

13. Estamos ouvindo o som dos céus? Estamos ouvindo o cântico do Espírito Santo? Ou a estrutura de nossos cultos é tão rígida e mecânica que nos impedem de ouvir o cântico do céu?

Um pouco da nossa história: O cântico da rua Azuza

E o que diz a história recente sobre este tema? Frank Bartleman que participou do início do avivamento pentecostal na rua Azuza em Los Angeles em 1906, escreveu sobre este acontecimento:

Sexta-feira, 15 de junho, em Azuza, o Espírito derramou o coro celestial dentro de minha alma… Era uma manifestação espontânea  e de tal arrebatamento que nenhuma língua humana poderia descrever… Ninguém podia compreender esse dom de cânticos espirituais além daqueles através dos quais se manifestava. Era realmente um novo cântico no Espírito. Quando o ouvi pela primeira vez numa reunião, um grande desejo entrou em minha alma de recebê-lo. Achava que expressaria muito bem todos os meus sentimentos reprimidos. Eu ainda não falara em línguas. A nova canção, no entanto me conquistou. Era um dom de Deus de alto nível e apareceu entre nós logo que começou o trabalho em Azuza.  Ninguém havia pregado sobre isso. … O efeito sobre o povo era maravilhoso. Havia uma atmosfera celestial como se os próprios anjos estivessem presentes e houvessem se unido a nós. Provavelmente isso ocorria mesmo.

E ele continua:

Alguns condenam esses cânticos novos sem palavras. Mas não foi o som dado antes da linguagem? … O falar em línguas não está de acordo com a sabedoria ou com o conhecimento humano. E por que não um dom de cânticos espirituais?

E ele acrescenta: Alguém disse que cada novo avivamento traz sua própria hinologia. E isto realmente aconteceu conosco… Os cânticos espirituais dados por Deus, no início, eram semelhantes a uma harpa eólica por sua espontaneidade e doçura. Na realidade, era o próprio sopro de Deus tocando nas cordas dos corações humanos ou nas cordas vocais humanas. As notas eram maravilhosamente doces tanto no volume como na duração. Era às vezes impossíveis humanamente. Era o cantar no Espírito. (Frank Bartleman, citado no livro, A Igreja no Século XX, A História Que Não Foi Contada. Worship Produções, Americana, S. P. páginas 21 e 22). Certas manifestações que hoje ocorrem na igreja, aconteceram em todos os avivamentos da história.

Já em nossa geração, em 1948 o fenômeno espiritual acontecia em várias igrejas. James Watt que pregou sobre o assunto dos cânticos espirituais em Long Hill, Conencticut já mencionava que “algumas das antífonas ainda entoadas na Igreja Católica eram cópias originalmente cantadas no Espírito”. Eis o relato daquele culto citado pelo autor de A Igreja do Século XX: A História Que Não Foi Contada:

… De repente caiu sobre o meu ouvido – pois o som, é estranho dizer, todo ele parecia se derramar em meu ouvido direito – uma canção da mais maravilhosa descrição. Não parecia de maneira alguma com vozes humanas, mas parecia com tons de algum instrumento musical maravilhoso, tais como ouvidos humanos nunca ouviram antes. Começou do lado direito da audiência, e ondulava de lá para toda a companhia dos santos batizados, num volume de sons semelhantes em suas subidas e descidas, em suas ondulações e quedas, em seus crescendos e decrescendos, às ondas do oceano quando são agitadas pela força maravilhosa que produz a maré.

 

Tal combinação de tons, tal perfeita harmonia de sons, tal melodia musical, meus ouvidos nunca ouviram antes… Foi-nos permitido ouvir aquela gloriosa canção duas ou três vezes ao dia. Todo dia enquanto estive lá, e à medida que os santos entravam mais e mais no Espírito e na presença de Deus, o volume e poder daquela música ia crescendo até que muitas vezes rebentava como um perfeito bramido que quase fazia tremer nossa respiração, assim como quando alguém permanece ao lado de um poderoso órgão quando as notas mais graves estão sendo tocadas”. E assim o “coro celestial” é ouvido em outras reuniões como em Edmonton onde , “a melodia do céu encheu toda a igreja. Era como um poderoso órgão, com belos acordes crescentes, entremeados por solos, porém em perfeita harmonia. Todos que ouviram isto a alguns quarteirões de distância disseram que isto tocou áreas de seu ser que nenhum poder na terra tocara antes. (Richard M. Riss, citado por John Walker, na obra acima, páginas 52 e 53).

E o autor tece suas considerações, dizendo:

Deus quer que esperemos nele para ouvir a música dos anjos, a canção da criação, o louvor que há eternamente ao redor do seu trono. Nós e a criação precisamos de uma cura profunda. Esse som celestial cantado juntamente com os anjos vai curar nossa alma e consertar as discordâncias de nosso ser. Ainda há de se ouvir no meio do povo de Deus uma expressão de música que nos comoverá e nos desafiará além de nossas emoções naturais. Esta música não consistirá de belos hinos sobre nossas doutrinas ou idéias. Ao contrário, ela nos elevará e nos colocará na presença do Rei dos reis. (John Walker, obra citada, p 54).

E a experiência daqueles irmãos tem sido também a de muitas congregações da igreja brasileira. Costumo citar o que aconteceu conosco num retiro da igreja quando por mais de duas horas a congregação ouviu o som de instrumentos sendo tocados quando todos os músicos estavam prostrados em adoração. Ouvíamos vozes altissonantes que as cordas vocais humanas raramente alcançam. Durante a madrugada, simultaneamente em vários lugares do grande prédio os irmãos abriam as janelas dos aposentos imaginando que algum coral estivesse fazendo serenata, quando na realidade eram corais de anjos que nos visitaram durante a mesma noite.

Fusão no mundo angelical

11. No cântico novo ou cântico espiritual há uma integração entre o Espírito e a pessoa, entre os anjos e a igreja. Não sabemos se o céu desce até nós ou se nós subimos até Deus, o que se sabe é que há uma fusão no mundo espiritual onde a criação de Deus se encontra para entoar as belas canções que o ouvido humano, por si só, nunca comporá. O Espírito Santo é autônomo na hora de decidir se envia os cânticos. “Dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições  do Espírito Santo segundo a sua vontade” (Hb 2.4).

(a) No Antigo Testamento, na inauguração do templo de Salomão ouviu-se esse som! (2 Cr 5.13,14).

E se houve períodos de intensa manifestação divina com arrebatamentos, milagres sobrenaturais levando as pessoas a se prostrarem diante de Deus, como não deveria ser em nossos dias? A este respeito Paulo compara a glória de Moisés, na época da lei, que fez seu rosto brilhar com tal intensidade que Moisés tinha que colocar um véu para poder falar com o povo de Israel, isto que a glória que tinha desvanecia. Ele pergunta: “Como não será de maior glória o ministério do Espírito?” (2 Co 3.7,8). Se os israelitas com toda a dureza da lei tiveram uma visitação de Deus, quanto mais nós que temos o Espírito Santo vivendo entre nós a cada momento?

A igreja precisa entrar no cenáculo e esperar em Deus até que o som do céu seja ouvido novamente!

6 thoughts on “O som do Espírito Santo

  1. MEU CARO PASTOR JOÃOZINHO ,QUE DEUS ESTEJA E PERMANEÇA SEMPRE A LHE PROTEGER. AMEI AS PUBLICAÇÕES DOS VIDEOS E OUTRAS MATERIAS LITERARIAS, TOMEI A LIBERDADE DE TRANSF.TUDO EM CD E DVD PARA SEMPRE QUE SENTIR A NECESSIDADE DE REVER TER EM MEU ARQUIVO ESSE MATERIAL.NÃO IREI PIRATEAR E APENAS PARA USO PESSOAL.COM SUA PERMISSÃO .KKKKK- COMO SEI QUE FUI AUTORIZADORSRSANTECIPO MEUS AGRADECIMENTOS.FIQUE NA PAZ DO SENHOR SEU IRMÃO MAURICIO BRAINER-PAROQUIA DEUS CONOSCO -RECIFE

  2. Caro pastor, fiquei feliz ao encontrar seu blog e principalmente em encontrar um cristão genuíno que busca o conhecimento e entendimento pois “o mundo da cada homem é do tamanho de seu conhecimento”
    Pastor, se humildemente eu puder colaborar com seu conhecimento sobre louvor e adoração. Segue minha experiência. Com toda a crítica que Tommy Tenney possa ter, qdo li seu Livro ” a casa favorita” (isso a uns 8 ou 9 anos atras) li na ágina 91 deste livro uma comparação que o autor faz com nosso louvor e os rabiscos de uma criança em um pedaço de papel, que nosso louvor é mediocre para os padrões celestiais, mas que qdo louvamos Deus é entronizado, ele é atraído não pela qualidade do nosso louvor mas sim por quem nós somos, por seu relacionamento seus adoradores. Que o louvor os anjos é perfeito se comparado com o nosso, mas que Deus cala o louvor dos anjos para ouvir o nosso louvor. Se ler as paginas 91 1 92 deste livro pode compreender o que estou tentando dizer. O caso é que na época Deus me permitiu compreender as línguas que um irmão da igreja falava e a interpretação dizia isso mesmo, que o nosso louvor é imperfeito em relação aos padrões celestiais , que é como os rabiscos de uma criança em um pedaço de papel, mas que Deus prefere o nosso louvor ao dos Anjos.

    1. Obrigado, minha irmã. Foi bom receber seu e-mail. Conheço os livros de Tommy Tenney. Eu mesmo escrevi seis livros na área de louvor, cinco deles editado pela Editora Betânia. O primeiro em 1986 e os demais até o ano 2000.

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