O Dirigente do Culto

No livro “O Ministério de Louvor da Igreja”, editado pela Editora Betânia, apresento alguns requisitos de comportamento que todo dirigente de culto deve ter diante de seus colegas, diante da igreja e na direção do Espírito Santo. Se pudesse reeditar aquele capítulo, apresentaria outros requisitos tão necessários na vida dos músicos e dirigentes de cultos. Nas conferências sobre louvor e adoração, tenho falado sobre a necessidade dessas qualificações que todo dirigente de culto deve ter.

Há requisitos para a igreja e para os pastores que se resumem essencialmente numa palavra: Vida. Se não há vida na igreja, o louvor não flui nos cultos.

Entretanto, se quisermos cultos com um fluir de Deus, o dirigente do culto deve ser o primeiro a esquadrinhar sua vida espiritual à luz dos seguintes pontos:

Quanto a sua vida pessoal:

Em primeiro lugar ele deve ter uma experiência bíblica clara, indiscutível e marcante do novo nascimento. Isto é, ele tem que ser convertido, comprometido com Jesus Cristo. A Pessoa de Jesus é mais importante para ele, acima de qualquer outra pessoa ou atividade. Jesus falou sobre isto para Nicodemos (Jo. 3.1-8). Pedro fala desta mudança de vida, de um outro redirecionamento espiritual, de uma mudança de curso (At 3.19). Fala de um abandono total ao estilo de vida mundano que nossos pais nos legaram (1Pe 1.17-23), estilo de vida marcante, que Paulo resume em poucas palavras: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2 Co 5.17).

Em segundo lugar, ele deve ter uma revelação e uma experiência pessoal do poder remissor do sangue de Jesus Cristo. O sangue de Jesus Cristo é que nos comprou para Deus (At 20.28; 1 Pe 1.19,20; Ap 5.9). O sangue nos justificou de nossos pecados, (Rm 5.8,9; Ap 1.5), purificando-nos de nossa má consciência, (Hb 9.11-14). O sangue de Cristo nos garante acesso à presença de Deus (10.19-22), fazendo-nos viver em perfeito relacionamento com nossos irmãos, (1 Jo 1.7).

A honra que o Filho recebe, a exaltação cantada pelos anjos e pelos redimidos tem uma marca: o sangue. Ele recebe a honra por que é o Cordeiro de Deus que foi morto e com o seu sangue comprou para Deus… O sangue de Cristo tem que ser experimentado na vida de todo adorar (Ap 7.14).

Em terceiro lugar, todo dirigente ou músico tem que ter uma experiência bíblica, pessoal e visível do Espírito Santo em sua vida. Recomendo que todo dirigente de culto estude o livro de Atos sublinhando todas as vezes em que o Espírito Santo aparece em ação. É ele que nos capacita e nos enche de poder (At 1.8). Examine esses textos cuidadosamente: At 2.4,11, 15 ; 4.8, 31; 5.32; 6.3,5, 10; 8.15-18; 8.39; 9.17, 31; 10.19,44; 11.12, 15, 24; 13.2). Ele está sempre atento ao culto da Igreja e quer participar na exaltação a Deus e ao Seu Filho Jesus Cristo.

Em quarto lugar, uma vida de santificação refletida no seu viver diário. A vida de santificação produz resultados visíveis por toda a igreja e pela sociedade. Pedro fala em “santificação do Espírito” (1 Pe 1.2), em vida santa e irrepreensível (Ef 1.4;) enquanto Paulo fala em “andar no Espírito” (Gl 5.16-26). Uma vida santificada produz resultados ainda maiores pois o louvor flui no culto a Deus resultante de uma vida santificada. Numa igreja santa o louvor é perene, vívido, belo, poético, etc. Numa igreja em pecado o louvor não pode fluir!

Em quinto lugar, faz-se necessário que todo dirigente tenha um entendimento bíblico da vida cristã. O Que quero dizer com isto? É simples:

(a) Ele deve ter em mente que a igreja é uma família e que o viver comunitário tem as suas implicações. Exemplo disto são as mutualidades da vida cristã, como: amar uns aos outros; perdoar, ajudar, suportar, carregar os fardos, etc. São mais de 30 as mutualidades para a vida cristã.

(b) Ele deve também ter um conhecimento e uma experiência da batalha espiritual e suas dimensões. Temos que entender que no reino de Deus não há reservistas: todos são automaticamente alistados à batalha. Há uma luta no nível pessoal (o indivíduo luta consigo mesmo numa guerra pela verdade, Espírito contra a carne). Há uma luta travada no âmbito familiar (o indivíduo é perseguido no âmbito familiar por sua decisão em seguir a Cristo). Há também uma luta no meio social (quando ele é perseguido na sociedade por causa de seu testemunho cristão) e a batalha adquire contornos políticos quando nossa vida não mais se encaixa nos moldes das leis que governam a sociedade. Paulo foi para Roma como prisioneiro e João foi exilado em Patmos. O texto de Efésios dá uma dimensão perfeita dos quatro níveis onde esta guerra se trava (Ef 6. 10-20).

c) Deve também entender que a submissão uns aos outros e às autoridades na vida da igreja são requisitos importantes para a vida de adoração. Os músicos e dirigentes de louvor, especialmente, são uma raça caracteristicamente rebelde e têm que aprender o caminho da obediência pela submissão (1 Pe 5.5,6; Hb 13.7,17; 2 Pe 2.10-12). Nos dias de Davi todos estavam submissos aos seus mestres que por sua vez se submetiam ao rei (1 Cr 25.6). Na área do louvor e adoração, temos que entender que nossa função é a de ministrar sob autoridade.

O caminho da submissão é o caminho do perfeito louvor (Ef 5.18-21; Cl 3.16).

Em sexto lugar todo músico ou dirigente de culto deve ter uma vida cristã disciplinada Uma vida disciplinada na oração, no louvor e na adoração.

Disciplinado no duro trabalho de treinar sua habilidade musical: ele tem que ser o melhor para Deus! (se é músico, tem disciplina no aprendizado e na execução de seu instrumento).

A Bíblia fala sobre isto: (Sl 33.3; 1 Cr 25.8; 15, 20-22;)

Em sétimo lugar, um bom dirigente de culto lê e estuda tudo o que a Escritura tem a dizer sobre adoração, louvor, música, etc. Os cânticos do Apocalipse devem fazer parte de seu Espírito, alma e corpo. Ele deve transpirar louvor e adoração dia e noite! E é claro, pesquisa o que outros autores têm a dizer sobre o tema. Muitos irmãos têm escrito sobre o assunto ultimamente.

Quanto à sua vida comunitária:

Quanto à sua vida comunitária há também alguns requisitos que devem ser preenchidos.

Em primeiro lugar, deve ser reconhecido pela igreja como uma pessoa em cuja vida está a unção de Deus. Como isto ocorre? Pelo testemunho da vida comunitária: a igreja vê o seu zelo, dedicação e fidelidade a Deus. Como Samuel em quem o povo de Israel viu a graça de Deus (1 Sm 3.18-21) ou como Josué que o povo viu como homem de Deus (Js 1.1,2). Ele deve ser um homem de raízes na vida da igreja, conhecido no tempo e na atividade da igreja (At 1.21; 6.3; 15.22, etc).

Em segundo lugar o dirigente de louvor deve ter uma vida de serviço: como discípulo ele vive para servir ao próximo e a Deus. Seu testemunho de vida é maior do que sua habilidade na direção do louvor ou na execução do seu instrumento.

Quanto à sua função no culto a Deus:

Há vários fatores que influenciam e determinam quanto ao fluir no culto a Deus.

Poderíamos resumir em alguns pontos:

Primeiro. É necessário um entendimento do que é o culto a Deus. Temos que varrer de nossa mente todo o conceito adquirido de nossa tradição histórico\religiosa e aprender tudo de novo à luz de um mover claro e dinâmico do Espírito Santo. As formas de cultos que nossos pais nos legaram nem sempre servem para o tempo de hoje.

Em segundo lugar é necessário entender o que é uma liturgia. Liturgia não é um ritual, é antes de tudo, o serviço do povo, criado pelo povo conforme o estilo de vida das pessoas em todas as épocas. Felizmente a Escritura não nos legou nem um modelo de culto. Não há onde copiar um culto. Ele é dinâmico. Aquela maneira de cultuar dos primeiros cristãos não serviria para os nossos dias. Por isto o Espírito Santo não deixou um “modelito” universal. O estilo e a maneira de viver das pessoas em cada cultura e em cada época produzirá uma liturgia própria. O Espírito Santo não impõe e não copia. Ele pode entrar na contramão da história e da cultura e produzir o que Ele quer. Um culto no interior do Brasil é bem diferente de um culto numa grande cidade como São Paulo.

Quanto a Pessoa do Espírito Santo:

Todo dirigente deve ter um entendimento, uma experiência e uma vida sensível ao Espírito Santo. Por que?

Em primeiro lugar, ele deve saber e experimentar que o Espírito Santo é uma Pessoa e não um fluído. A teologia criou uma idéia do Espírito Santo apresentando-o como se fosse um fluído, um vento, uma idéia, apenas. Mas Ele é uma Pessoa, terceira da Trindade, enviado do Pai (Jo 14.16,17, 26; 15.26; 16.7-14).

Em segundo, deve aprender a andar no Espírito. A luta constante entre “carne e Espírito” resulta num conhecimento prático da vida cristã (Rm 8.4-17; Gl 5.16-25).

Em terceiro, deve aprender a ser sensível à voz do Espírito de Deus.

Geralmente a sensibilidade é algo que se adquire com o tempo, com a experiência de se viver guiado pelo Espírito. Este aprendizado vem através das provações e dos testes de Deus. As tribulações tornam o nosso espírito mais sensível à voz do Espírito de Deus (Dt 8.2-5; Hb 12.6; Pv 3.12). Também uma vida disciplinada nos habilita a cultivar a comunhão com Deus e a discernir a voz do Espírito (Is 50.4,5)

Em quarto lugar, essa sensibilidade no Espírito nos permite conhecer e ver de “olhos abertos”, o que se passa durante as reuniões da igreja (At 5.1-5).

Aprendemos a desenvolver a capacidade de “discernir” os espíritos numa reunião da igreja.

Por último, o dirigente do culto pode enfrentar alguns problemas com a congregação que freqüenta.

Costumo fazer as seguintes indagações: a igreja é renovada? Se é, até que ponto é renovada? Os líderes ou pastores são avivados e totalmente comprometidos com o Reino de Deus? Até que ponto esta renovação mexeu com suas estruturas pessoais e ministeriais e até que ponto colidiu com a estrutura da igreja? Todo avivamento colide com as estruturas exigindo algumas mudanças! A hinologia da igreja foi renovada? A igreja tem vida comunitária durante a semana ou não? Isto tudo determinará se o louvor fluirá ou não nas reuniões da igreja. Um dirigente avivado jamais se dará bem com uma igreja fria. Não pode esperar um fluir de Deus no louvor quando a igreja é fria e demasiadamente estrutura em suas reuniões.

Princípios para a adoração de acordo com os levitas

Textos: 1 Crônicas 15.16-21; 16.37-43; 25.1-7; 2 Crônicas 5.12-14

Israel desconhecia, como nação, o verdadeiro louvor e Davi fez três coisas essenciais:

a) Escolheu líderes habilitados para o exercício ministerial;

b) Forneceu a razão ou base inspiracional para todo o louvor e adoração, e

c) Instruiu o povo na arte de louvar e adorar!

A) A escolha dos líderes

1. Líderes da ordem levítica. Ele escolheu três líderes que representavam três famílias de Levitas descendentes de Arão: Asafe, da família dos Gersonitas (Gerson, 1 Cr 6.43; levavam as cortinas, as

cordas, etc, conforme Números 4.22-28).

Hemã, da família dos coatitas (1 Cr 6.33, cujo cargo era levar o material do santuário, cf Números 4.2-20); Hemã era neto de Samuel, 1 Cr 15.17.

Jedutum, era merarita (1 Cr 6.47, cuja família tinha o encargo de levar o material pesado, tábuas, etc, do tabernáculo, cf. Números 4.29-33).

1) Observe os termos que ele usa: “constituir”, “designar” e “separar” (1 Cr 15.16,17, 41,42; 25.1). O tabernáculo ficou dividido: o Santo dos Santos ao lado da casa de Davi, numa tenda, ( 1 Cr 16.37) e o resto do tabernáculo em Gibeon (1 Cr 16.38-40).

2. Davi foi específico na questão da autoridade: Davi era o chefe e os demais chefes sobre seus filhos ( 1 Cr 25.6-8). A autoridade é o principal problema com os músicos da igreja, porque todos nós somos por natureza rebeldes, e quando músicos, mais ainda. O líder dos músicos no reino das trevas é Satanás!

3) Ele tinha um chefe de louvores. Quenanias, devido a sua capacidade “porque era entendido nisso” (1 Cr 15.27). Na igreja, também, temos que saber quem é quem em cada área de trabalho.

4. Davi pensou numa pluralidade de homens, de talentos e de instrumentos.

Era uma equipe com vários talentos ou dons. Hemã, Asafe e Jedutum, “se faziam ouvir com címbalos de bronze” (1 Cr 15.19; 25.1-8). (Os címbalos eram dois meio globos como os nossos pratos de bateria hoje).

• No vs. 20 temos a equipe que louvava com “alaúdes em voz de soprano”(1 Cr 16.5). Alaúde é uma espécie de violão ou cítara.

• No vs. 21 temos aqueles que participavam “com harpas em tom de oitava, para conduzir o canto”.

• No vs. 22 temos Quenanias como especialista na área da música e do cântico.

• No vs. 24 há um grupo de sacerdotes que “tocavam as trombetas perante a arca de Deus” (1 Cr 16.6 e 2 Cr 5.13).

B) O Motivo do Louvor.

Ele estabelece a misericórdia )e tudo o que segue: fidelidade, benignidade) como a motivação principal. Isto é visto em textos como 1 Crônicas 16.34,41; 2 Cr 5.13; 7.3; 20.21.

Parece-nos que este foi um dos pontos restaurados na volta do exílio nos dias de Neemias (Ne 12.24).

C. Alegria.

A alegria e o louvor cantados bem alto, era o que Davi ensinava ao povo através de Quenanias! (1 Cr 15.16; 2 Cr 23.18; 29.25-30; 30.21; Ed 3.11; Ne 12.27,43).

1. Entendemos que os levitas formavam corais responsivos conforme Neemias 12.24,31,37-38.

2. A celebração diante do Senhor é visto em vários salmos.

• No Salmo 95 ele fala em celebrar, vitoriar, prostrar-se, ajoelhar-se, etc.

• No Salmo 96: cantar, proclamar, anunciar, tributar, adorar, alegrar-se, folgar, regozijar-se.

• No Salmo 99, Deus é Santo e merece ser celebrado com alegria.

• No Salmo 42,4, Deus é celebrado com “gritos de alegria e louvor”.

• No Salmo 98.6, ele sugere a celebração ao “som de buzinas”, juntamente com os outros instrumentos.

D) Conceitos Errados a Respeito do Louvor na Igreja.

1. Que o louvor é um ministério de alguns líderes, de conjuntos, grupos corais, etc.

Muitos pastores não entendem isto e deixam o louvor a cargo de grupos e eles próprios não participam de nada. São bombeiros e múmias.

2. Que o louvor e adoração estão ligados a grupos especiais de instrumentos musicais, de técnicas corais, etc. Pode-se também louvar e adorar sem qualquer música.

3. Que o louvor e adoração são blocos dentro do culto e das reuniões da igreja. Sempre vem aquela frase: “agora, vamos à parte mais importante de nosso culto…. a pregação”. Esquecemo-nos que o louvor é também um tipo de proclamação.

4. Que o louvor é somente uma preparação do ambiente para a pregação da Palavra de Deus. Estes são basicamente os quatro conceitos errados sobre o louvor na igreja.

E) Conceitos Errados nos Membros das Igrejas.

1. Adoração ligada ao conceito de lugar. A mulher samaritana pensava assim (Jo 4.19,20). Não é necessário um templo adornado de vitrais coloridos nem um órgão clássico para despertar em nós a adoração a Deus.

2. Que o templo é um prédio, único lugar de adoração. A verdadeira casa de Deus somos nós (2 Co 6.17\6; 1 Co 6.19; 3.16,17).

3. Que o louvor são apenas cânticos e música. Louvor é vida! Se o povo não tem motivo de louvor, se não usufrui diariamente das bênçãos de Deus, se não tem vida, não tem louvor! Podemos cantar 50 minutos sem louvar e adorar.

F) Cada Adorador Deve Ter:

1. Uma visão da soberania de Deus. Temos que ver a Deus governando sobre a terra, sentado em seu trono de autoridade (Ap 4.2,3; 7.9-17; 20.11,12; 21.3; Is 66.1; 1 Rs 22.19; Hb 1.8, etc.) A questão da soberania de Deus transcende a nossa vontade e aos nossos planos. Nabucodonosor, Esaú, Jacó, Faraó e Moisés viram isto com clareza (Dn 4.1-4, 34-37; Rm 9).

2. Uma visão da imutabilidade de Deus e do seu caráter. Ele jamais muda. Ele é sempre o que é (Jó 42.2; Ex 3.13,14; Ap 4.8; Hb 1,11,12; Ml 3.6, etc)

3. Ter uma visão da misericórdia de Deus (1 Cr 21.13; Ex 33.17-23; 34.5-8; Dt 32.2-4).

4. Revelação e experiência do poder remissor do sangue de Cristo. É por seu sangue e apenas pelo mérito de Cristo que podemos estar diante de Deus (Hb 10.19-22; 9.13,14, 19-22; 10; 1 Jo 1.7,9; Ap 1.5, etc).

5. Precisamos adquirir percepção do mundo espiritual como Eliseu e Aías (2 Cr 5.26, Eliseu e Geazi; 6.12-23, Eliseu e o rei da Assíria; 1 Rs 14.4,5 o profeta Aías e Jeroboão). João via a tudo o que acontecia nos céus (Ap 4 e 5); Paulo via a natureza sofrendo e gemendo (Rm 8.21-23).

Maneiras Práticas de Louvar e Adorar

Há sete palavras no hebraico para louvor que podem ser usas de maneiras diferentes em nossas reuniões.

1. Halal. Jactar-se, entusiasmar-se. Alegria explosiva na hora do louvor (a palavra aleluia vem de halal). Há no Talmude a alusão de “lançar fora o iníquo” (Sl 117.1).

2. Yadah. Agradecer, reconhecer a alguém publicamente, estender a mão, adorar com as mãos levantadas (2 Cr 20.19-21).

3. Baraque. Abençoar, inclinar-se, ajoelhar-se em adoração (Sl 103.1,2).

4. Zamar. Dedilhar cordas, fazer musicas para Deus. É um verbo musical para louvor.

5. Shabach. Falar bem, adequadamente em alto estilo. Significa discursar num alto tom, gritar, dar ordens de triunfo (Sl 117.1).

6. Tefilah. Interceder por alguém, súplicas, hino (Is 56.7).

7. Towdah. Ações de graça. Tem o sentido de erguer as mãos em agradecimento; sacrifícios de louvor (Sl 50.23).

Há muitas outras maneiras de louvar. Eis algumas delas:

Caminhando e Marchando

• “Todo lugar que pisar a planta de vosso pé vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés” (Js 1.3).

A marcha que Josué e o seu exército fizeram ao redor de Jericó é um tipo de intercessão. É exemplo de persistência na intercessão. Quantos de nós paramos de orar, quando faltava apenas mais uma volta para derrubar os muros?

Marchar assim ainda é eficaz em nossos dias como antigamente. Marchando em Sta. Maria.

Um outro versículo que fala de marchar é o Salmo 48.12: “Percorrei a Sião, rodeai-a toda”.

Pisando

• “Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo calca (pisa) aos pés os nossos adversários” (Sl 108.13).

“Eis ai vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano” (Lc 10.19).

Pisar é como marchar só que de maneira mais agressiva. Se quando marchamos marcamos nosso território, ao pisarmos detemos a ação do inimigo. Naquela reunião de oração que acabei de mencionar, eles não apenas marchavam, pisavam! O Salmo 44.5, diz: “Com o teu auxílio vencemos os nossos inimigos: em teu nome calcamos (pisamos) aos pés os que se levantam contra nós”.

Cantando

• “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra festa santa; e alegria de coração, como a daquele que sai ao som da flauta para ir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel. O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa, e fará ver o golpe do seu braço, que desce com indignação de ira, no meio de chamas devoradoras chuvas torrenciais, tempestades e pedras de saraiva” (Is 30.29,30).

Batendo Palmas

• “Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus com vozes de júbilo” (Sl 47.1).

A palavra “bater” nesta passagem é tecae: tinir, bater, golpear. (4)

Ezequiel 6.11, diz: “Assim diz o Senhor Deus: Bate as palmas, bate com o pé”.

Bater palmas na Bíblia não somente está associado ao louvor mas à guerra. Esta é também uma maneira de quebrarmos as cadeias.

 Gritando

• “Gritai contra ela, (Babilônia) rodeando-a; ela já se rendeu…” (Jr 50.15).

“Os homens de Judá gritaram; quando gritavam feriu Deus a Jeroboão e a todo o Israel diante de Abias e de Judá” (2 Cr 13.15).

“E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai; porque o Senhor vos entregou a cidade” (Js 6.16).

O que teria acontecido se o povo não gritasse? Certamente os muros ficariam intactos e o povo não teria vitória.

Rindo

O riso é uma arma extremamente poderosa e até mesmo necessária como parte das manifestações da intercessão. Como intercessores ouvimos tantos problemas e necessidades durante o dia que quase ficamos arrasados. Basicamente há dois tipos de risos no louvor intercessório:

(1) Proteção pessoal e saúde emocional.

(2) Nas guerras contra o diabo e suas forças. Ainda que tenha falado um pouco sobre eles, quero deter-me no assunto outra vez.

1. Proteção pessoal e saúde mental. Freqüentemente os intercessores compartilham do peso e das necessidades das pessoas que os fazem sentir-se atônitos e cansados. O riso é uma salvaguarda importante contra a opressão na intercessão.

Pode parecer-lhe estranho, mas Deus capacitou-me com a graça de rir no meio das dificuldades. Afinal, Provérbios diz que: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate” (Pv 15.13).

O que o riso tem a ver com o louvor intercessório? Ele quebra o poder do inimigo que procura se abater sobre você no meio da batalha. A depressão dilui suas forças espirituais. Alguns estudos científicos atestam o poder medicinal do riso. As risadas profundas oxigenam o sangue produzindo mudanças físicas significativas.

2. Na guerra contra Satanás e suas forças. Rir é zombar do inimigo. O Salmo 37.12,13 diz: “Trama o ímpio contra o justo, e contra ele ringe os dentes. Rir-se-á dele o Senhor pois vê estar-se aproximando o seu dia”.

Alegria

A alegria e o riso estão interligados na intercessão. Como falei anteriormente, a alegria é parte fundamental de nossa intercessão, pois dá-nos força para a batalha. O Salmo 149.2 diz: “Regozije-se Israel no seu Criador, exultem no seu Rei os filhos de Sião”.

Joy Towe em seu livro, Praise Is (O Louvor É) diz o seguinte:

• “A palavra hebraica para alegria nesta passagem é guwl, rodopiar, rodar o corpo (sob a influência de fortes emoções). A palavra Guwl está também em Sofonias 3.17: “O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor,

regozijar-se-á em ti com júbilo”. (5)

A tradução de “regozijar-se-á em ti com júbilo” é que o próprio Deus fica dando voltinhas de alegria ao seu redor sob forte emoção!

Nossa idéia de alegria é diferente do que esta passagem quer dizer. Estamos acostumados àquela alegria silenciosa, não nos expomos nem fazemos barulho. A alegria que sentimos durante a intercessão pode variar de uma explosão de gritos de prazer a momentos de reverência silenciosa!

Jesus alegrou-se no Espírito com a vitória que os discípulos tiveram sobre os demônios: “Naquela hora exultou-se Jesus no Espírito Santo” (Lc 10.21). Tal regozijo é pular de alegria com exultação! A alegria afasta o espírito pesado liberando-nos de toda opressão.

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