Vendo tanto pastores se candidatando a cargos políticos fiquei a imaginar com os meus botões: – O que leva um pastor a entrar na política? Seria por querer ascensão social ou por desespero financeiro? Será que alguns deles têm complexo messiânico, isto é, que foram chamados para, através da política, mudar a sociedade? O que leva um pastor a largar o cajado, deixar as ovelhas no campo e entrar na política?
Assim como os pastores se suicidam, pondo fim à sua vida, estes que entram na política não estariam cometendo suicídio espiritual? Não seria uma fuga do chamamento, do compromisso assumido com Deus e uma fuga de si mesmo? O que há na política que consegue atrair tantos pastores? Não estariam esses pastores vivendo sob influência de um espírito maligno, mundano e mamônico, da mesma forma que esses espíritos influencia alguém a cometer suicídio? Ou sob a influência de Belial, o pior dos demônios? O que houve com esses pastores que não suportaram a árdua tarefa de cuidar das pessoas, mas conseguem se submeter à árdua tarefa de viver nos meandros escuros e sujos da política?
E por que tem de entrar na política usando o título ministerial? Certos pastores desonram o nome de Cristo na política quando usam seu título ministerial. Existe um projeto na Câmara para que nenhum político use o título profissional, seja de pastor, padre, missionário ou profissão qualquer na frente do nome.
Eu tenho muitos pastores amigos que estão na política; respeito o posicionamento deles, mas confesso que eles abriram mão do cajado e seguram agora numa das mãos o livro da constituição brasileira. Deixaram o livro sagrado, por um livro feito por pessoas comuns. E eles sabem muito bem do meu posicionamento cristão a respeito.
Eu estava pesquisando no site www.politicos.org.br e para minha surpresa o ranking dos pastores políticos na Câmara Federal é baixíssimo, isto é, são os que pouco ou nada têm feito em prol da população brasileira. Neste site os políticos recebem uma pontuação pela sua atuação na Câmara e no Senado, e alguns pastores têm atuação negativa! Para surpresa minha a senadora Ana Amélia do RS ocupa o primeiro lugar no ranking como a pessoa de maior atuação política entre todos, enquanto alguns pastores-políticos estão com índices negativos.
Acredito que, apesar de terem título de pastor, nunca foram pastores de rebanho de verdade. Eram conferencistas, palestrantes, cantores e viajantes gospels que nunca tiveram cheiro de ovelha, que pregavam o evangelho visando lucro e fizeram da pregação um comércio. Certamente são pessoas que nunca foram vocacionadas por Deus para o ministério cristão ou pensaram que Deus as vocacionara, quando ele nunca as chamou para o pastoreio. A verdade é que, quando a fonte de recursos desses pregadores e cantores seca ou quando a unção se vai – se é que tinham alguma unção de Deus – há que se buscar uma saída honrosa para se ter um meio de subsistência.
Às vezes penso que são homens que, propositalmente fizeram se engajaram no trabalho religioso da igreja e fizeram dela a plataforma para se engajarem na política. Se assim é, usaram o nome de Cristo de má fé e vituperaram o bom nome de Cristo usando a igreja como trampolim material. Não estou afirmando que cristãos deixem de se candidatar, mas sim que os que se dizem pastores, deixem de usar o nome de pastor, missionário, apóstolo ou o que quer que seja e não falem em nome da igreja e de Cristo! Estão maculando o bom nome de Cristo!
Eu poderia denunciar aqui a atuação negativa desses políticos, no entanto, o leitor poderá conferir o nome de cada um deles no site que acima mencionei. Agora, às vésperas das eleições vejo com tristeza outros pastores tirando proveito do nome de Cristo para engajamento político. Adquiriram renome como pregadores e usam desse nome para daí em diante buscar ascensão social. Que Deus tenha misericórdia deles.
A defesa deles é de que, em Brasília ou na Assembleia Legislativa impedirão a aprovação de leis contra a igreja. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo nos chamou para pregar o evangelho, o arrependimento e para trabalharmos na edificação e construção do seu reino na terra, nunca pela via da política, mas pela transformação dos corações do povo.
Muitos de vocês, pastores, que gastaram sua vida no campo político, cedo ou tarde reconhecerão que perderam os melhores anos de suas vidas a serviço do nada, quando poderiam ter gasto suas vidas a serviço de Cristo! Vocês até poderão usar os melhores planos de saúde que o cargo lhes oferece, descansar aposentado nas águas azuis e verdes do Caribe, possuir residência na Flórida, mas ouvirão de Deus: “Nunca os conheci”.
É possível que Deus levante irmãos com vocação profissional para a política; deixe-os atuar neste campo, porque o campo de você, pastor, deveria ser outro: O do cuidado com o rebanho de Cristo. “Multidão e multidão no vale da indecisão”, como denunciou o profeta, e você fugindo de seu compromisso espiritual com o rebanho de Deus. Se você, pastor entrou na política é porque nunca foi, de fato, chamado por Deus para o ministério. Se vocacionado foi, arrependa-se e volte para o redil de ovelhas!
Muito bom comentário, pena que os candidatos pastores(a), missionários(a), bispos(a), apóstolos(a), e até mesmo as pessoas comuns terão a preguiça de ler todo o Post. Parabéns Pr João pelo pensamento tão válido para o momento.
Concordo na íntegra recordando as palavras de Jesus Cristo: “Até quando tornareis o meu Evangelho em vexame?” PAZ sempre na PAZ.
adorei
Parabéns pastor João eu também nunca entendi o motivo pelo qual os pastores queriam tanto ser políticos. Sou contra Cristão na política. Mas eles sempre alem que é para defender as leis que criam contra os cristãos.
Poder! tudo o que querem é poder e dinheiro!
Infelizmente a nação dos justos perece pelo fato de ímpios governarem, se os pastores usaram da fé de seus rebanhos para serem eleitos e entraram já corruptíveis, nunca haverá um país próspero. Enquanto um justo não entra na política para ser a verdadeira voz do povo abaixo de Deus, nunca sairemos desta situação
Gostei muito da sua forma assertiva, direta e clara, de uma lógica incorruptível. Infelizmente acredito que aqueles políticos, sujeito e objeto de suas observações, nem se importarão.