O Movimento das Nações: Sinais importantes?

Os antigos costumavam ver nos fenômenos naturais, como secas e enchentes, tempestades e granizo, quedas de meteoros e também nos astros, sinais de acontecimentos espirituais. Por exemplo, se a estiagem durasse muitos anos e a seca assolasse a terra e não houvesse colheita, e a fome assolasse a terra, os povos viam nisso um sinal do castigo divino. Os hebreus também pensavam assim. Por exemplo, nos dias de Davi houve uma fome que durou três anos consecutivos e Davi percebeu que não era normal este tipo de coisa em Israel, por isso orou e consultou a Deus que lhe disse: “Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas” (2 Sm 21.1). Saul não cumprira a aliança que Josué fizera com os gibeonitas e a desgraça veio sobre a terra de Israel.

Davi viu na seca e na fome um sinal de que algo ocorrera no mundo espiritual. Este é apenas um exemplo, mas existem muitos outros nas Escrituras. Um terremoto, a morte ou nascimento de alguém importante servia também como alerta de que algo estava acontecendo no mundo espiritual. O aparecimento de uma nova estrela era indicativo para os sábios do Oriente de que um novo rei nascera em alguma parte do mundo, e os sábios seguiram a estrela para ver onde nascera o novo rei.

Hoje, no entanto, com o advento da ciência, do conhecimento e da tecnologia as pessoas não veem assim. Nem mesmo os cristãos atentam para isso como um sinal de Deus. Davi não percebeu que ao levantar o censo para ver o número de soldados que tinha a seu dispor era uma armadilha espiritual. E caiu na armadilha (1 Cr 21.1).

Isaías viu na morte do rei Uzias um sinal de Deus e resolveu buscá-lo mais intensamente. Uzias, parente do profeta se tornou famoso e um dia decidiu que deveria também entrar no santuário; os sacerdotes tentaram impedi-lo, mas ele foi em frente e ficou leproso (2 Cr 26.18). A morte de Uzias era um sinal de Deus para Isaías.

A fome na terra poderia ser indício de que a nação estava em pecado (2 Cr 6.28 e ss.). Os tempos mudaram e essa crendice ficou ultrapassada, assim pensam as pessoas. Mas, não! Os exemplos bíblicos devem servir de alerta e os acontecimentos mundiais têm de ser vistos como sinais de algum acontecimento espiritual.

Os acontecimentos da Segunda Grande Guerra indicavam naquele tempo uma mudança nos tempos. O pós-guerra trouxe progresso espiritual para alguns países e queda para outros. As conquistas espaciais, o aumento da tecnologia e os acontecimentos recentes indicam para algum acontecimento mais importante na agenda de Deus. A prosperidade das nações, a prosperidade dos cristãos, acrescidas de uma teologia radical que leva as pessoas a duvidarem de Deus, também contribui. A conquista de Jerusalém em 1967, a guerra do Yom-Kipur em 1973, a queda do comunismo na Europa e do muro de Berlim; a guerra das Malvinas e todos os acontecimentos das últimas décadas indicam acontecimentos na esfera espiritual. Basta olhar o que aconteceu no mundo espiritual para se perceber uma forte relação entre essas guerras e as transformações espirituais positivas e negativas.

Pode-se perceber que os acontecimentos naturais têm seu correspondente no mundo espiritual. Por exemplo, em 1914 o mundo enfrentou a primeira guerra mundial. No mundo espiritual, as igrejas pentecostais da América do Norte, perseguidas que eram pelas igrejas históricas fundaram o concílio geral das Assembléias de Deus. Após o término da Segunda Grande Guerra surgiram líderes espirituais como T. L. Osborn, Oral Roberts e Billy Graham e assim sucessivamente, como a renovação das igrejas tradicionais e de seus líderes que foram cheios do Espírito Santo ao longo desses anos.

A destruição das torres gêmeas em 2001 em Nova Iorque pode ser um indicativo espiritual. A morte de Bin-Laden, a invasão do Iraque, o surgimento da ditadura islâmica no Irã são indicativos espirituais. Agora, com a primavera Árabe, os movimentos das nações de língua árabe e de povos com a mesma religião são indicativos de que algo acontecerá no mundo espiritual. O mundo se dividirá entre cristãos e muçulmanos e estes usarão da espada contra aqueles que pregam o amor? Será uma batalha desigual? Que peso terão essas nações árabes nos próximos anos no equilíbrio de forças entre Ocidente e Oriente?

E a crise monetária da Europa, o surgimento da China como potência econômica e a queda dos Estados Unidos, que influência espiritual terão nos próximos vinte anos? Há cem anos que a Europa vem planejando sua unidade monetária. Conseguiu. As nações européias anelavam fazer parte da chamada zona do Euro. Mas, conforme a visão de Daniel os pés da estátua são uma mistura de ferro e barro. O ressurgimento do império romano é frágil e, por fim desabará. O Mercado Comum Europeu se mostrou impotente e nem Alemanha e França estão dispostas a arcar financeiramente com as despesas dos demais países. A estátua pode desabar a qualquer momento!

Ao ler o que dizem os analistas mundiais pode-se imaginar os rumos dessa primavera árabe. A implantação da sharia islâmica nesses países formará um bloco fechado contra o Ocidente e os mesmos países que apoiaram as revoluções árabes serão depois atacados pela exigência do cumprimento das leis do Islã. É aguardar para ver!

E, deve-se olhar também para o estado espiritual da igreja. A propósito, a igreja, e não Israel é o termômetro que permite avaliar a situação espiritual do mundo.

 

 

 

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