As novas religiões

Pois meus amigos, refletindo sobre o estado espiritual da igreja – e muitos de vocês acompanham meus artigos aqui pelo meu site pastorjoao.com.br e pelos sites de relacionamentos – e observando o comportamento da igreja e também da sociedade percebi o surgimento sutil de novas religiões. E a gota d’água para este artigo veio ao final de um culto da igreja. Quando saía no hall to templo, alguns irmãos, por divertimento, quiseram me enrolar na bandeira de um time. Reagi espontaneamente: “A única bandeira em que me enrolo é a bandeira ensanguentada do Cordeiro de Deus”.

Não sou hipócrita em negar que no passado também vivi enrolado em bandeira de time de futebol, mas amadureci. Não, não sou contra futebol, nada disso, porque aos 66 anos de idade ainda corro com a turma da igreja, mas sem aquele fanatismo de ter de vencer; o que me preocupa são as novas religiões, entre elas, a religião do futebol. Assim como os irmãos brigam por questões de usos e costumes, brigam por seus times! Enumerando as religiões de consumo dos crentes, a ordem seria assim:

1. Bens de consumo. Coloco os bens de consumo em primeiro lugar porque a sociedade gasta dinheiro com bens de consumos, alguns necessários, outros nem tanto. E ainda outros bens de consumo como forma de esnobar perante os demais crentes. Por exemplo, um carro é um bem de consumo necessário; mas quando se gasta milhares de reais para equipá-lo com som, rodados e outros equipamentos a pessoa ingressa na lista dos membros dessa nova religião. Um carro é para rodar economicamente e nos levar ao nosso destino diário, e isto basta. Às vezes nem som é necessário. E quando se quer instalar um som, que não seja dos mais caros.

À semelhança do carro e seus equipamentos, existem muitos bens de consumo desnecessários em que os crentes aderem à nova religião, gastam o dinheiro e se endividam. Conheço casas de irmãos em que alguns cômodos servem para nada, porque as pessoas não têm tempo para usufruir daquele conforto, e o bem de consumo os consumiu financeiramente. Diferentemente de investir em conforto na casa. Uma máquina de lavar roupas, uma secadora de roupas (em regiões frias), uma lava-louça quando a família é grande, aquecimento solar ou a gás são bens de consumo necessários, agora ter uma TV e um computador em cada cômodo da casa deve ser repensado. Por que não investir em instrumentos musicais para os filhos?

Em muitas dessas famílias não sobra dinheiro para os projetos da igreja, missões, equipamentos etc. porque estão endividadas com os bens de consumo desnecessários. E os telepregadores sabem explorar muito bem o endividamento dos crentes prometendo-lhes saídas milagrosas!

2. Futebol. A segunda religião dos crentes é o futebol. Não há nada de errado em se gostar de futebol e apreciar um clássico, mas não se deve perder tempo indo a estádios de futebol e vestir a camiseta de um time. Quando o futebol toma o lugar de Cristo no coração, a fé é deixada de lado, como esse irmão que veio ao culto enrolado numa bandeira do seu time. É preciso vestir outra camiseta: A camiseta do Cordeiro de Deus. Vir aos cultos com camisetas de time de futebol indica que a pessoa tem outra religião que ocupa o primeiro lugar em sua vida. Além de que a maioria das programações dos irmãos da igreja é agendada pelo horário de transmissão dos jogos.

Que o futebol seja a religião do mundo não é de se admirar; agora, é sintomático ver um crente economizar dinheiro para ir para o outro lado do mundo ver um time jogar. Pergunte aos pastores de São Paulo como foi a assistência aos cultos matutinos na hora do jogo do Japão!

E esta religião que tomou conta do mundo tem em sua patrocinadora, a FIFA a entidade mais rica e com capital maior que muitos países do mundo. A FIFA ordena, impõe, porque à semelhança de uma religião seus líderes querem dinheiro e não futebol. A copa do mundo no Brasil será a grande festa desta religião que cativa as massas. Mamom deve rir à toa!

3. Moda. A terceira religião mais influente entre os crentes é a moda. Uma roupa de grife custa cinco vezes mais que qualquer outra. Mas, vestir a grife e se mostrar status é ficar na moda. E as grifes internacionais arrecadam no Brasil os direitos de venda e por isso os preços aumentam significativamente. Anos atrás conheci uma irmã que comprava roupas para ela e sua família nos “salvados” – aqueles produtos recuperados pelas seguradoras – e sabia onde conseguir o bordado das grifes, e os colocava nas calças dos filhos, nas camisetas e em seus vestidos. O importante para ela não era a economia que fazia comprando nos brechós de salvados, mas a grife que ela colocava. Isso lhe dava status!

Um mesmo brinquedo para as crianças pode-se pagar preços exorbitantes se tiver uma grife. Assim, tênis de marca, roupas, penduricalhos com grife é a nova religião dos crentes. Pagam mais, pelo mesmo produto que poderiam pagar menos.

Mas a moda não é restrita às roupas, calçados e brinquedos, mas ao estilo de vida. Hoje um casamento de crentes em nada difere de um casamento de pessoas não cristãs. Desde a forma como a noiva se veste, de costas nua, e as músicas que são tocadas na igreja, sem mencionar a maquiagem pesada da noiva e de seus convidados que ficam quase irreconhecíveis. E se você tiver o prazer ou desprazer  de ficar até o fim participará de um baile com as músicas e letras que fazem parte da sociedade mais vil, com gestos sensuais e apelações de todo tipo.

E não é apenas na maneira de vestir, mas no gasto excessivo com cosméticos e cabeleireiros. Tem gente que gasta a mensalidade de um carro só para cuidar dos cabelos semanalmente. Isso é um absurdo! Pode-se usar cosméticos na medida certa, mas deve-se evitar entrar no sistema do mundo que fez da beleza uma nova religião.

Não estou afirmando que ficaremos retrógados e gagás, nada disso. Mas, pode-se vestir e se maquiar com bom senso; e pode-se ter um fim de festa alegre com boa música, sem que o espírito do mundo tome conta do ambiente.

E existem ainda outros “deuses” menores, mas também influentes na igreja, como jogos radicais, divertimentos e ideologia política.

Pense nisso, enquanto repenso a igreja e sua posição no mundo!

2 thoughts on “As novas religiões

  1. A Paz do Senhor, Pr. João Tive o privilegio de conhecer o seu ministério através do Pr. Josue Gonçalves. Somos conselheiros do ministério família debaixo da graça.
    Através dos seus livros e seu site temos sido muito edificados Deus abençoe sua família e ministério.
    Como meu pastor poderia entrar em contato com o senhor para convida-lo a vir em nossa igreja.
    Um grande Abraço. Aurelia

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