Apêndices 25 e 26 – Os Nefilins ou gigantes de Gênesis 6

A descendência dos anjos caídos com as filhas de Adão são chamados em Gn 6 de Ne-phil-im, quer dizer “os caídos” (de naphal, cair). Quem eram esses seres só podem ser entendidos examinando-se as escrituras. Evidentemente eram de grande estatura, e muito iníquos. Eram seres sobre-humanos e anormais, e precisaram ser destruídos para que a raça humana fosse preservada, de acordo com a fidelidade da palavra do Senhor Deus (Gn 3.15).

Esta a razão do dilúvio vir sobre “o mundo dos iníquos” (2 Pe 2.5), conforme profetizado por Enoque (Judas 14).

Lemos novamente sobre os nefilins novamente em Números 13.33: “Também vimos ali gigantes (nefilins) (os filhos de Anaque são descendentes de gigantes- nefilins), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos” (interpolação do tradutor). Como, pergunta-se, se todos foram destruídos com o dilúvio? A resposta está em Gn 6.4 onde lemos: “Ora, naquele tempo havia gigantes (nefilins) na terra; e também depois, (depois dos dias de Noé) quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade” (Interpolação do comentarista). Valentes, no hebraico gibbõr – heróis, “homens de renome desde a antiguidade”. (lit. homens de nome, i.é, que ganharam fama e eram conhecidos por sua iniquidade).

Portanto, este “também depois”, isto é, depois do dilúvio, houve uma segunda irrupção desses anjos caídos, evidentemente em menor número e limitados a uma região, porque viviam, em sua maioria em Canaã, e eram conhecidos como “as nações de Canaã”. Foi para a destruição deles que Deus levou Israel para aquela terra, e a espada de Israel foi necessária, como o fora o dilúvio fora anteriormente.

Quanto a época desta segunda queda, foi logo depois que se ficou sabendo que a semente viria através de Abraão; porque quando ele saiu de Harã (Gn 12.6) e chegou a Canaã, o seguinte fato importante ficou registrado: “Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra”. Isto é, já estavam em Canaã. E em Gn 14.5 eram conhecidos como os refains e emins, e haviam se estabelecido em Asterote-Carnaim e Savé-Quiriataim.

No capítulo 15.18-21 foram enumerados e citados entre os povos de Canaã: “o queneu, o quenezeu, o cadmoneu, o heteu, o ferezeu, os refains, o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu” (Gn 15.19-21; conf. Ex 3.8,17; 23.23; Dt 7; 20.17; Js 12.8).

Estes precisavam ser eliminados e totalmente destruídos (Dt 20.17; Js 3.10), mas, Israel não conseguiu destruí-los (Js 13.13; 15.63; 16.10; 17.18; Jz 1.19, 20,28,29,30-36; 2.1-5; 3.1-7) e não sabemos quantos fugiram para outros países tentando escapar da destruição total. Se isso fosse entendido e reconhecido, poderia resolver muitos dos dilemas relacionados a antropologia.

Quando aos seus outros nomes, eram chamados de enaquins, de Anaque de onde procedem os nefilins (Nm 13.23) e Refaim, que procede de Rafa, outro notável daquela época.

A partir de Dt 2.10 ficaram conhecidos como Emins e Horeus e Zanzumins (v 20-21) e aveus, etc.

Eram conhecidos popularmente como Refains, mas, infelizmente, em vez disto, seu nome próprio sendo preservado, às vezes vem traduzido como “morto”, “desaparecido” ou “gigantes”. Esses refains não poderão ressuscitar, e tal verdade está em Isaías 26.14 onde o nome próprio aparece como “desaparecido” e no v 19, onde aparece como “morto”. “Mortos não tornarão a viver, sombras não ressuscitam; por isso, os castigaste, e destruíste, e lhes fizeste perecer toda a memória” (v 14).

Sete vezes aparece como “morto” (Jó 26.5; Sl 88.10; Pv 2.18; 9.18; 21.16; Is 14.8; 26.19). É traduzida como “desaparecido” em Is 26.14.

Dez vezes é traduzido com seu nome próprio refaim (duas nas margens).Gn 14.5; 15.20; Js 12.15 (margem); 2 Sm 5.18,22; 23.13; 1 Cr 11.15; 14.9; 20.4 (margem), Is 17.5.

Nas demais passagens é traduzida “gigantes”: Gn 6.4; Nm 23.33 como Nefilim e em Jó 16.14 onde aparece como gibbõr (traduzido como guerreiro – NT).

Ao ler todas essas passagens o estudante da Bíblia ficará conhecendo tudo sobre esses seres.

É certo que a segunda irrupção ocorreu antes de Gn 14 pois ali os refains aparecem misturados com outros cinco povos ou nações, entre eles Sodoma e Gomorra e foram derrotados pelos quatro reis comandados por Quedorlaomer. O local onde viviam era Asterote-Carnaim; enquanto os emins estavam nas planícies de Quiriataim (Gn 14.5).

Anaque era um descendente famoso dos nefilins e Rafá outro deles, e várias clãs usaram seus nomes. O pai de Anaque era Arba, que construiu Hebrom (Gn 35.27; Js 15.13; 21.11). E este ramo palestino dos Enaquins, não foi chamado de Arbaim, como seria o correto, mas, Enaquim, de Anaque. Eram grandes, poderosos e altos (Dt 2.10,11, 21,22,23; 9.2). E meteram muito medo nos dez espias (Nm 13.33). Ogue, rei de Basã é descrito em Dt 3.11.

A força deles é vista nas “cidades de Basã”, hoje e não sabemos até que ponto foram usados no Egito pra a edificação de prédios, um problema ainda não solucionado.

Arba foi reconstruída por Kabiri ou a confederação, sete anos antes de Zoã no Egito na décima nona dinastia de Faraó. (veja nota em Nm 13.22).

Se esses Nefilins e seus ramos refains estão associados aos egípcios, teremos a explicação de um problema que por anos deixam os engenheiros perplexos, de como aqueles enormes pedras e monumentos foram colocados. Por que não no Egito, bem como na gigantesca cidade de Basã cuja existência pode ser provada em nossos dias?

E mais, nesses homens poderosos “homens de renome” pode estar a origem da mitologia grega, e tal mitologia não é invencionice de uma pessoa, mas é resultado das tradições e lembranças, e lendas dos feitos daquela raça poderosa de seres, que gradualmente emergiu da história de Gn 6.4. O fato de serem sobrenaturais na sua origem, são a base dos gregos os chamarem de semideuses.

Assim, os “tabletes babilônicos da criação”, o “livro dos mortos” dos egípcios e a mitologia grega, e a cosmogonia pagã, que alguns colocam em pé de igualdade com as escrituras, ou usadas por outros como apoio bíblico, são tudo corruptelas e histórias mal-contadas, distorcidas em proporção, já que sua origem foi esquecida, e a lembrança deles desapareceu.

Noé “perfeito” (Gn 6.9).

A palavra hebraica tãmim significa “sem mancha”, (imaculado) e é a palavra técnica para perfeição física e corporal, e a palavra não é usada para perfeição moral. É usada para sacrifícios de animais puros. É traduzida como “sem defeito” em Ex 12.5; 29.2; Lv 1.3,10; 3.1,6; 4.3,23,28,32; 5.15,18; 6.6; 9.2,3; 14.10; 22.19; 23.12,18; Nm 6.14; 28.19,31; 29.2,8,13,20,23,29,32,36; Ez 43.22-25; 45.18,23. Sem defeito em Nm 19.2; 28.3,9,11; 29.17,26. Irrepreensíveis (Sl 119.1).

Isto mostra que Gn 6.9 não fala da perfeição moral de Noé, mas diz-nos que ele e sua família haviam preservado seu pedigree mantendo-se puros, apesar da corrupção trazida pelos anjos caídos. (Veja Apêndice 23).

7 thoughts on “Apêndices 25 e 26 – Os Nefilins ou gigantes de Gênesis 6

  1. Não fui convencido comque está escrito, vi muitas falhas. Um detalhe muito importante, exitem contruções desde a antiguidade que até hoje a ciencia não explica. E isso é fato, com as ferramentes da época jamais poderiam ser feitas e outra nos dias atuais seria muito difícil relizar construçoes onde eles fizeram.

    1. Bem, neste caso o ilustre teólogo deve pesquisar outra fonte que seja mais precisa que a que eu usei, que é o comentário da Companion Bible. A teoria de que os filhos de Deus eram filhos de Sete é incompatível, pois, aqui houve uma transformação genética para nascerem gigantes.

        1. “Num dia em que os filhos de Deus vieram se reunir, veio também Satanás entre eles”. Este texto é que precisa ser explicado: Satanás se considerou um dos filhos de Deus! E, agora, nem eu sei responder este caso.!

    2. Kleber. Um dos meus leitores achou que fui grosseiro em responder seu comentário. Não tive a intenção de ofendê-lo, e, sei que você concorda que alguma força estranha ajudou na construção de grandes obras como as pirâmides e outras construções antigas. Se lhe ofendi, perdoe-me.

  2. Pr. João de Souza, por favor, seja mais humilde para tratar com as pessoas.
    Entre as mínimas coisas, a feita pelo Klayrton Nobre, foi tentar dar crédito aos seus escritos…

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