Rio 2016: A grande festa brasileira

Os brasileiros ficaram diante da televisão esperando o momento da grande decisão: Rio ou Madrid. Meu coração também ficou apertado, afinal, sou brasileiro e me emocionei – não tanto quanto o Presidente Lula que chorou copiosamente. Apenas suspirei, pois somei os anos que faltam e me dei conta de que estarei com 70 para 71 anos de idade.

Diferentemente da maioria dos brasileiros, eu tenho outros sonhos a serem realizados até 2016. Não posso pensar diferentemente de meu Cristo, afinal, faz anos que venho amadurecendo na fé para alcançar a maturidade e a mente de Cristo. E a mente de Cristo é diferente da mente humana.

Depois de quarenta e cinco anos me dedicando ao evangelho, como pregador, profeta, mestre e escritor ainda mantenho aceso os sonhos do tempo em que fui chamado para o santo ministério em 1964. Até 2016 quero ver mais vinte livros meus serem publicados.

É bom ter uma olimpíada no Brasil. Como disse Lula, isso vai aumentar a autoestima do povo brasileiro. E cá com meus botões pensei: E aumentará também o patrimônio dos empresários que veem nas olimpíadas sua grande chance. Aumentará o poder barganha de voto dos políticos que antecipadamente se elegeram para novos mandatos. E a possibilidade de crescimento e de investimentos na belíssima cidade do Rio de Janeiro soou como notícia alvissareira para os cariocas. No entanto, conhecendo o Rio, sei que a zona sul é o paraíso da mídia, dos artistas, do glamour da vida carioca, enquanto boa outra parte da cidade é marginalizada pelos políticos, sem investimentos em metrôs, hospitais, escolas e segurança.

Que melhoria haverá para quem mora na zona oeste? Deixo a resposta a critério do leitor.

Pensei nas palavras de Tiago, o menor, irmão de Jesus:

“Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: “Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo” (Tg 4.14,15).

Esperamos, portanto, que a euforia não sirva de neblina para esconder das pessoas a necessidade de salvação; que a realização da copa de futebol em 2014 e depois as olimpíadas não sirvam de nuvens para encobrir os pecados da nossa nação; a falta de moradia, a falta de justiça social; que não encubra a necessidade da erradicação da pobreza e da miséria; que não encubra a necessidade de erradicação das drogas, e que – acima de tudo – haja clareza e prestação de contas, pois é de praxe que a corrupção tome a dianteira dos projetos em benefícios pessoais.

E que todos se lembrem da advertência de Tiago: Somos como neblina. Muitos que hoje dançaram e celebraram não estarão vivos para ver a realização das olimpíadas, morrerão antes, quem sabe, sem salvação, sem conhecimento de Deus, iludidos com as riquezas e paixões da vida.

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