Meus netos e as quotas raciais

Por favor, leiam este meu artigo até o fim

Pois meus netos, hoje ouvi no noticiário que o senado finalmente aprovou a lei de quotas raciais para as universidades federais deste país, alegando que ajudará a redimir anos de opressão contra negros, pardos e índios. Pois é, vocês não são negros nem pardos inda que tenham um pouco de sangue índio … correndo em suas veias. Mas, o problema que vocês enfrentarão quando tiverem que entrar na universidade federal são seus olhos verdes e azuis. Vocês até poderão ser os melhores de sua turma, com as melhores notas, mas serão impedidos de entrar na universidade federal por conta da cor de seus olhos!

Porque a natureza lhes legou esta herança. Seus ancestrais aqui no Brasil se misturaram com os nativos e, mesmo assim, vocês nasceram de olhos verdes e azuis. Eu sempre achei lindo ter netos de olhos azuis. Meus antepassados portugueses tinham olhos verdes; os de sua avó tinham olhos azuis claríssimos.

Vocês tiveram a infelicidade de herdar a genética de seus antepassados europeus que construíram esta nação, e a triste sina de nascer num país que decidiu que ter olhos azuis ou verdes, ser claro ou loiro têm de dar preferência aos negros, pardos e índios ou provar que são 200 por cento melhor que eles. Veja bem. O governo instituiu a competição singular em que só vocês devem estudar. Os negros, pardos e índios, meus netos, têm vagas garantidas por lei! Eles não precisam se esforçar. Estarão na universidade mesmo com notas baixas.

E pior: Vocês estudam, com o esforço de seus pais e com a ajuda de seus avós aposentados em escola particular, porque nós, seus avós ajudamos a pagar seus estudos. Sabem por que? Porque seus avós estudaram em escolas públicas tão fracas que nem chegamos aos bancos da universidade. E sabem por que não os colocamos em escolas públicas? Porque o governo acha que tem o direito de impor a vocês que devem pensar ideologicamente como os partidos que nos governam. E nós queríamos professores melhor preparados para ensinarem vocês, já que neste país não se pode ensinar os filhos em casa… E agora o governo decidiu que quem estudar em escolas fracas terá acesso fácil à universidade, mas vocês, não! Ainda poderemos mudar isso numa próxima legislação!

Agora, meus netos, tudo que lhes peço é que estudem mais do que já fazem; afinal, seus antepassados europeus construíram este país inventando coisas, edificando fábricas, dando empregos e criando escolas – a escola em que vocês estudam foi iniciada por um pastor protestante que veio da Europa – mas agora, depois de tantos anos o governo achou por bem que seus descendentes não devem ter direitos de cidadãos brasileiros. Vocês não são culpados, e sim essa gente que ideologizou o país e decidiu quem deve e quem não deve ingressar em universidade federal! Por isso, terão que se esforçar mais que todo mundo!

Bem. Como vocês são ainda crianças somente entenderão isso daqui a alguns anos! Boa sorte!

4 thoughts on “Meus netos e as quotas raciais

  1. Concordo contigo pastor!
    Imagine a seguinte cena: duas crianças crescendo numa favela, ambas com as mais críticas situações e dificuldades. Juntam lixo pra ajudar a família, privam-se de brincar, correr, etc. Crescem com muito custo estudando em escolas públicas em meio a drogas, sexo fácil e outros problemas sociais. Quando formam-se no segundo grau, um deles vai pra universidade federal por ser negro e o outro fica a ver navios pois para o seu azar, nasceu branco.
    Isso é um absurdo mesmo!

    Abraço, Amilton

  2. Caro Pastor João, já o conheço há alguns anos. Já tive a alegria de ouví-lo pregar. Minha filha mais velha fez um curso na Brasa Zona Norte onde o Sr. ministrou batalha espiritual. Essa é a primeira vez qie discordo (nem tanto), da sua opinião. Eu estudei em escola pública, no tempo que era excelente (entre 1965 e 1976) e tive que ir para a universidade privada, pois as vagas na universidade pública ficam com os que tem o privilégio de estudarem em escolas particulares e não precisam trabalhar ao mesmo tempo em que estudam. Concordo com o Sr. que não deve haver reserva de vagas apenas pela cor da pele ou da cor dos olhos (até porque tenho olhos verdes), mas alguma coisa tem que ser feita em caráter emergencial e, a médio e longo prazo, uma reforma geral na educação. A propósito minhas filhas também estudaram em escolas públicas, são convertidas e não se contaminaram com ensinos errados e outras baixarias. As duas são professoras. Devo isso a misericórdia de Deus e sem Essa base não tem jeito, né? Grande abraço. Deus abençoe ricamente o Sr. e sua casa.

  3. Caro pastor. Sou parda (filha de italiano, carpinteiro e casado com uma negra, empregada doméstica), tenho 67 anos de idade e fiz os cursos primário, ginasial e clássico em escola pública de qualidade. Sou formada em enfermagem, letras e direito pelos meus méritos e esforço e não pela cor da minha pele e situação econômica. Sou totalmente contra as cotas. O ensino público precisa ser novamente de qualidade, o que não interessa aos governantes, “pois governar povo pobre e ignorante é fácil, quanto menos o povo sabe, menos ele deseja” (O capital, Karl Marx). Pergunto ainda: os alunos que ingressarem nas universidades por cotas terão aulas à parte, ou os cursos serão nivelados por baixo, como ocorre nas escolas públicas de ensino fundamental e médio?
    Um grande abraço e Deus o abençoe.

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