Adoração como guerra

Precisamos entender que servir a Deus é uma guerra de adoradores. Essa verdade está implícita nas guerras do passado. A vitória numa guerra era sempre creditada a algum deus! Tirar o povo de Israel do Egito com mão forte e poderosa destruindo a nação e o exército de Faraó foi a maneira que Deus encontrou para humilhar os deuses egípcios. Em 2 Reis 3.21 a 27, os reis de Israel tomam o profeta Eliseu e o levam a uma guerra contra o rei de Moabe. O rei de Moabe, ao ver que a batalha estava perdida, numa tentativa de ganhá-la, ofereceu 700 homens que usavam da espada. Todos morreram num só momento. Vendo que não podia vencer, sacrificou seu próprio filho sobre o muro da cidade. Chateados com o que viram, os israelitas deixaram de guerrear e voltaram ao seu país.

Na realidade, o rei de Moabe procedeu como faziam os povos da época. Sacrificou primeiramente os 700 homens, e como isso não bastasse para lhe dar a vitória, sacrificou seu próprio filho! Adoração envolve sacrifícios. O sacerdote oferecia primeiramente animais. Quando estes não lhe davam vitória, oferecia vidas humanas, começando por seus servidores, depois os membros da família e, por último a si mesmo em oferta!

Ora, sabemos que os “santos” adorados pelo país a fora não têm poder algum, mas por que se lhes atribuem tantos milagres? Pela adoração que lhes é prestada. O Diabo não tem tanto  poder assim, mas a adoração é que concede autoridade a ele e aos demônios! Creio que a decisão de Josué resume o que quero afirmar: “Escolham a quem vocês vão servir, porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).

É uma guerra de deuses! Os sacerdotes pagãos davam a vida a favor de seus senhores!

Adoração envolve sacrifícios. O sacerdote oferecia animais, depois vidas humanas, depois seus servidores, e por último oferecia-se a si mesmo como oferta!

Adoração concede “autoridade” aos demônios e ao Diabo!

1. A guerra contra amaleque (Ex 17.8-16).

2. Josué socorre os gibeonitas que são salvos pelo Senhor, com grande chuva de pedra! (Js 10).

3. O último suspiro de Sansão foi também uma revanche contra Dagon deus dos filisteus (Jz 16.23).

4. Os filisteus colocaram a arca de Deus no templo de Dagon. Era uma espécie de conquista! O “nosso deus” ganhou a guerra! (1 Sm 5.1-7). Depois foi levada para Gate (v. 8). E a cidade foi castigada. Depois Ecron (v.10). A prova de que era guerra de deuses é que em Quiriate-Jearim a arca foi acolhida e não houve praga alguma!

5. Outro exemplo. Os filisteus vieram contra Israel e Samuel orou e veio chuva de trovões e pedras (1 Sm 7.7-13).

6. As grandes guerras terminavam em festas e em honra aos deuses. Foi assim na luta entre Davi e Golias (1 Sm 17.31-53) em que um ameaçou o outro em nome de seu deus.

7. Os filisteus pegaram a cabeça de Saul como triunfo de seu Deus sobre o deus de Israel (1 Sm 31.9).

8. Noutra ocasião quando Davi saiu à batalha contra os filisteus Deus lhe deu um sinal fazendo um estrondo sobre a copa das amoreiras (1 Cr 14. 8-12). Outra vez, os deuses entravam na batalha, nesse caso, o Deus de Israel contra o dos filisteus! E assim em toda a Bíblia.  Nesse sentido, a adoração a Deus o enaltece e o faz sobrepujar os inimigos! Por isso Davi exclama no Salmo 138: “Na presença dos deuses, a ti cantarei louvores”.

9. Deus de montes e de vales! Essa foi a disputa entre Israel e os sírios (1 Rs 20.23-28). Os sírios achavam que Israel ganhava a guerra porque Deus só vencia nos montes, e precisava ser testado nos vales!

10. Senaqueribe invade Judá (2 Rs 18.19 a 19.1-37). A disputa do deus mais poderoso: Rabsaqué: – 18.19-37, 32-34. Só ele desafia ao Deus de Israel. Isaías: 19.5-7: O Deus de Israel irá intervir! O resultado: O exército da Assíria é derrotado e seu rei morto enquanto adorava o deus que desafiou a Jeová! (19.35-37).

11. Guerra de adoradores no livro de Apocalipse. (a) Ap 6.9-10 c/ 16.7: As almas dos que morreram porque adoraram a Deus. (b) Ap 6.12-17: o temor dos reis da terra. (c) Ap 8.1-5: As orações dos santos são respondidas nas manifestações da natureza! (d) Ap 13.11-18. Definindo os adoradores pelo sinal na testa e na mão. Etc.

12.  Salmo 149.5-9 – A característica deste Salmo é que os altos louvores de Deus estejam nos lábios do povo, e nas suas mãos espada de dois gumes para: exercer vingança entre as nações; castigo sobre os povos; meter os reis em cadeias; os nobres em grilhões de ferro; e fazer cumprir contra eles a sentença já escrita!

13.  Salmo 138 : “Na presença dos deuses a Ti cantarei louvores!”.

V – Percepção para ver e ouvir o mundo espiritual:

A) O mundo espiritual está presente em tudo o que fazemos (2 Co 10.3-7). “Embora vivamos na carne, não batalhamos segundo a carne…”.

1) “Discernir espíritos” é função no mundo espiritual (1 Co 12.10).

2) O adorador consegue “ver” o mundo espiritual (Ef 1.18; Fp 1.9)

3) Será que podemos ser como Eliseu? (2 Rs 6.12-13 descobrindo os segredos do rei da Síria?) ou quando estava com Geazi? (2 Rs 5.26).

4) Aías e a mulher de Jeroboão (1 Rs 14).

5) João via os seres celestes e terrestres movendo-se em adoração.

Paulo viu a natureza gemendo (Rm 8.21-23).

Exemplos do uso de cânticos de guerra na história:

1. Na guerra teológica entre Ário e os demais. Ário não aceitava a Trindade e defendia suas idéias através de cânticos. (p. 90 Hymns in the Lives of Men). Ário era Bispo de Alexandria no século IV e era contrário a Trindade. Foi condenado pelo Concílio de Nicéia em 325 d.C.

2. O gnosticismo – segundo século – Uma tentativa de conciliar filosofia com religião (gnose – conhecimento), criou sua própria hinologia. O erudito sírio Bardesanes (155-223), autor de hinos gnósticos que foram usados pela igreja Síria, foi contestado dois séculos depois por  Efraim (307-373) que escreveu: “In the resorts of Bardesanes, there are songs and melodies. For seeing that Young persons, loved sweet music, by the harmony of his songs, he corrupted their minds”. Bardesanes e seu filho Harmonius compilaram o saltério gnóstico com mais de 150 hinos! Ibidem p. 91).

3. Quando Chrisóstomo se tornou patriarca de Constantinopla, não permitiu que os arianos adorassem dentro dos muros da cidade. Só podiam entrar na cidade aos sábados a noite e domingos. Os arianos, para provocar, faziam vigílias a noite toda do lado de fora dos muros cantando! (Ibidem p.92).

4. Na Reforma de Lutero. Falando sobre Castelo Forte de Lutero, James Moffat disse: “Um cântico de guerra foi este hino, com o qual ele e seus colegas entraram em Worms. A velha catedral tremeu ao som destas novas notas e os pássaros foram espantados dos seus esconderijos nas torres. Este hino, conhecido como “A Marselhesa da Reforma”, conserva até hoje o seu poder e poderíamos usá-lo em outro conflito semelhante” (Se os Hinos Falassem, Vol. I p. 44). Lutero em 1529 tinha 46 anos e o escreveu baseado no Salmo 46.

5. Exemplos atuais: Cânticos da igreja em restauração. Trabalhar com os alunos identificando os mais conhecidos.

Outro hino de guerra que está no C.C. foi escrito por Russel Kelso Carter (154 C.C.). Professor da Academia Militar da Pensilvânia, esse hino tem uma característica militar. (Se os Hinos Falassem, Vol III 68-69):

Hino Castelo Forte

Castelo forte é nosso Deus,

Espada e bom escudo;

Com seu poder defende os seus

Em todo transe agudo.

Com fúria pertinaz

Persegue Satanás

Com artimanhas tais

E astúcias tão cruéis

Que iguais não há na terra.

A nossa força nada faz,

Estamos, sim, perdidos;

Mas nosso Deus socorro traz

E somos protegidos,

Defende-nos Jesus,

O que venceu na cruz,

Senhor dos altos céus;

E sendo o próprio Deus,

Triunfa na batalha.

Se nos quiserem devorar

Demônios não contados,

Não nos podiam assustar,

Nem somos derrotados.

O grande acusador

Dos servos do Senhor

Já condenado está;

Vencido cairá;

Por uma só palavra.

Sim, que a Palavra ficará,

Sabemos com certeza,

E nada nos assustará

Com Cristo na defesa.

Se temos de perder

Os filhos, bens, mulher,

Embora a vida vá,

Por nós Jesus está,

E dar-nos-á seu reino!

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